Friday, 2 March 2012

NOVOS #PINHEIRINHOS: MTST OCUPA DOIS TERRENOS NA GRANDE SÃO PAULO (#Brasil) / NEW #PINHEIRINHO: MTST OCCUPIES TWO LARGE AREAS IN SÃO PAULO (Brazil #)

Postado originalmente por o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto em http://mtst.org/index.php/inicio/265-novo-pinheirinho-mtst-ocupa-dois-terrenos-na-grande-sao-paulo.html
Trazido a minha atencao por @MTST via Twitter
Brought to my attention by @MTST via Twitter
(The English translation can be found immediately below the Portuguese text)
O MTST realizou na noite de sexta-feira, dia 2 de março de 2012, duas ocupações simultâneas, em diferentes regiões da Grande São Paulo: uma no município de Embu e outra no município de Santo André, no ABC. As ocupações, que levam o nome de “Novo Pinheirinho”, são uma resposta ao recente despejo violento da comunidade do Pinheirinho (São José dos Campos) e também uma ação necessária para a conquista de moradia por aqueles que há tempos vem lutando por uma vida mais digna.
Sobre as novas ocupações:
Novo Pinheirinho - Embu
Ocupação do MTST realizada em 2 de março, por 800 famílias sem teto
Localização: Parque Pirajuçara, Embu, terreno conhecido como “Roque Valente”. Pode-se entrar no local pela Rua Indianópolis, próximo a campo de futebol.
Área total: 433.800 m2
Histórico do Terreno
O terreno ocupado pelo MTST é conhecido como “Roque Valente” (nome de seu antigo proprietário). Trata-se de uma área desocupada entre os Bairros Parque Pirajuçara e o Jardim Santa Tereza, no município de Embu, com o tamanho de 433.800 m2. Seu atual proprietário é a CDHU – Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano – órgão do Governo do Estado que, em 1998, adquiriu o terreno para implementar um conjunto habitacional para a população de baixa renda. O projeto elaborado pela CDHU previa a manutenção da vegetação local, transformando-a em Parque Ecológico, e o aproveitamento da área desmatada (150 mil m2) para a construção de 1200 unidades habitacionais. O projeto contava ainda com a construção de um centro esportivo, um centro educacional e outro centro de cultura ambiental, destinados à comunidade.
Tal projeto nunca saiu do papel visto que, em 2006, um grupo de ambientalistas contrários à proposta das moradias populares conseguiu uma liminar do Ministério Público proibindo construções no local.
A situação atual do terreno, que até hoje permanece abandonado e portanto sem nenhum uso social, é a seguinte: dois terços da área são classificados como APP – Área de Proteção Permanente – e devem ser preservados. Um terço dela, no entanto, não é classificada no plano diretor da cidade como área de preservação.
A proposta do MTST é a de conciliar as necessidades de preservação ambiental com a de criar novas habitações nesses bairros cujo déficit habitacional é reconhecidamente alarmante.
Os fatos que levaram à ocupação:
Grande déficit habitacional do Embu, em torno de 9 mil moradias (dados de 2011), e o constante descaso do poder público leva a população organizada em movimentos sociais a fazer valer seus direitos.
O terreno “Roque Valente” não tem uso social nenhum – nem Parque, nem habitação – em uma área densamente povoada e carente de moradias no município. A área ocupada é da CDHU, portanto, deveria ser destinada à construção de moradias. Tal destinação nunca se realizou pois existe uma disputa jurídica há tempos que entrava o início das obras. Antes da ocupação tentou-se, de todas as formas institucionais, resolver o problema.
Entre 2008 e 2009 aproximadamente 900 famílias de sem teto foram despejadas três vezes de terrenos que haviam ocupado: a primeira vez no Jardim Tomé e duas vezes no Jardim Nossa Senhora de Fátima. Apenas uma pequena parte delas (300 famílias) recebeu ajuda do programa bolsa-aluguel enquanto aguardavam que suas casa definitivas fossem construídas. Três anos depois de o Governo Estadual ter assinado os termos de compromisso, sequer o terreno para a construção das moradias novas foi definido. O convênio do bolsa-aluguel acaba em julho de 2012. Novamente, as famílias ficarão sem ter para onde ir.
Isso mostra que o problema  da preservação ambiental não é resolvido com o abandono e má conservação do terreno ocupado. Faz-se necessária uma política pública de manutenção do espaço pois, tal como ele está hoje, a tendência é que se deteriore rapidamente.
A título de exemplo, lembramos a história do terreno ocupado pelo MTST em 2008, no bairro de Jardim Tomé. Durante todo o período em que o acampamento do MTST ficou por lá, as inúmeras árvores da área foram preservadas. Depois do despejo, o mesmo terreno foi vendido e passou a funcionar como galpão industrial. Todas as árvores foram rapidamente retiradas, num ato claro de desrespeito ao meio-ambiente.
A construção de habitações populares e, ao mesmo tempo, a conservação da mata pela população local, empenhada e mobilizada em cuidar de sua vizinhança, é a melhor solução para garantir o bom uso deste terreno público, hoje completamente abandonado. A regulamentação do terreno como área de ocupação mista, feita pela prefeitura recentemente, permite a implementação desta solução que concilia a necessidade de preservar o meio ambiente e de criar novas moradias na região.
O que queremos:
- Implementação imediata do Projeto Habitacional na área, por meio de uma parceria entre o MTST e a Caixa Econômica , via programa Minha casa, Minha vida.

Novo Pinheirinho - Santo André
Ocupação do MTST em 2 de março de 2012, por 450 famílias sem teto.
Bairro: Jardim Santa Cristina, Santo André
Área do terreno: aproximadamente 50 m2
Fatos que levaram a ocupação:
- O déficit habitacional de Santo André é de 25 mil moradias, um dos mais altos da região metropolitana de São Paulo. Esse número, aliado à falta de soluções apontadas pelo poder público, levam os moradores que não tem onde morar a se organizar e reivindicar seus direitos.
- O MTST realizou, em 2010, uma ocupação no bairro Cidade São Jorge, em Santo André, que contava com 700 famílias dando origem ao acampamento “Nova Palestina”. Como o terreno era da Prefeitura do município, ela rapidamente entrou com o pedido de reintegração de posse e a comunidade foi despejada sob a alegação de que já havia projeto para construir um galpão industrial, no mesmo local. A obra, supostamente, começaria um mês depois da desocupação. Contudo, até hoje o terreno permanece vazio e abandonado.
Embora apenas 30 famílias tenham recebido o bolsa aluguel da prefeitura., iniciou-se uma importante negociação com a Prefeitura, que resultou na assinatura de um protocolo de intenções para a construção de 400 habitações no jardim Santa Cristina. Mais uma vez, o compromisso não saiu do papel perdendo-se na trama burocrática da Caixa Econômica Federal e da CDHU. As 700 famílias que sofreram o despejo no acampamento “Nova palestina”continuam até hoje sem ter onde morar. Depois de muitas lutas na cidade, de vários esforços de negociação – todos fracassados – a ocupação surge como a única opção para fazer valer o acordo já estabelecido e ampliá-lo para que beneficie mais famílias no município que cada vez mais sofre com a especulação imobiliária.
O que queremos:
1. Dar continuidade à construção das 400 moradias já negociadas com a Prefeitura de Santo André em 2009.
2. Construção de mais moradias no novo terreno.
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The MTST held on the evening of Friday, March 2, 2012, two simultaneous occupations in different regions of São Paulo: one in the municipality of Embu and another in Santo Andre, on ABC. The occupations, which bear the name of "New Pinheirinho" are a response to the recent violent eviction of the community Pinheirinho (Sao Jose dos Campos) and also a necessary action for the attainment of housing for those who have long been fighting for a life more dignified.
About the new occupations:
New Pinheirinho - Embu

The MTST occupation created on March 2, for 800 homeless familiesLocation: Park Pirajuçara, Embu, land known as "Roque Valente." You can enter the site by 
Rua Indianópolis,  near the football field.Total area: 433,800 m2

History of the Land


The land occupied by MTST is known as "Roque Valente" (named after its former owner). This is an unoccupied area between Park Neighborhoods Pirajuçara Garden and Santa Teresa, in the municipality of Embu, about the size of 433,800 m2. Its current owner is the CDHU - Urban Housing Development - an agency of the State Government that in 1998, acquired the land to implement a housing project for low-income population. The project prepared by CDHU provided for the maintenance of local vegetation, transforming it into an ecological park, and the use of the deforested area (150,000 m2) for the construction of 1200 housing units.The project also had to build a sports center, an educational center and other downtown cultural environment for the community.


This project never got off the ground because, in 2006, a group of environmentalists opposed to the proposed housing was granted an injunction prohibiting prosecutors buildings on site.


The current situation of the land, which remains abandoned and is therefore of no social use is as follows: two thirds of the area are classified as APP - Permanent Protection Area - and should be preserved. A third of it, however, is not classified in the master plan of the city as conservation area.


The proposed plans by MTST are to reconcile the needs for environmental preservation, to create new housing in those neighborhoods where housing deficit is admittedly alarming.

The facts that led to the occupation:

There is a large housing deficit in Embu, around 9000 homes (2011 data) are lacking, and the constant neglect of the public leads to people in social movements organizing to assert their rights.


The "Roque Valente" land has no social use - or park, or housing - in a densely populated area and the city is in need of housing. The occupied area is CDHU and therefore should be allocated to housing construction. This has never taken place because there is a long legal dispute that originated with the beginning of construction. Before the occupation tried to, using all available institutional avenues, solve the problem.


Between 2008 and 2009 approximately 900 homeless families were evicted three times from the land they had occupied, the first time in the 
Jardim Tomé and twice in the Jardim do Nossa Senhora de FátimaOnly a small proportion of them (300 families) received help from the scholarship program-rent while waiting for their final home to be built. Three years after the State Government had signed the terms of engagement, even the land for the construction of new homes had been set. The covenant of grant-lease ends in July 2012. Again, the families will have nowhere to go.

This shows that the problem of environmental preservation is not solved by neglect and poor preservation of the land occupied. It is necessary to maintain a public policy space because, as he is today, the trend is deteriorating rapidly.
For example, remember the story of the land occupied by MTST in 2008 in the neighborhood of Jardim Tomé. Throughout the period in which the camp MTST stayed there, the numerous trees in the area were preserved. After the eviction, the same land was sold and now operates as industrial shed. All trees were quickly removed, a clear act of disrespect to the environment.

The construction of affordable housing and at the same time, the conservation of the forest by local people, engaged and mobilized to take care of your neighborhood, is the best solution to ensure the proper use of public land, now completely abandoned. The regulation of the land as an area of ​​mixed occupancy, made by the city recently, allows the implementation of this solution that reconciles the need to preserve the environment and create new housing in the region.


What we want:


- Implementation of a Housing Project in the immediate area, through a partnership between the MTST via a program called My House, My Life.

New Pinheirinho - St. AndrewMTST occupation in March 2, 2012, for 450 homeless families.Neighborhood: 
Jardim Santa Cristina, Santo André
Land area: about 50 m2

Facts that led to the occupation:

- The housing deficit of 
Santo André is 25 thousand houses, one of the highest in metropolitan Sao Paulo. This number, together with the lack of solutions suggested by the public, residents who do not take the homeless to organize and claim their rights.- The MTST held in 2010, an occupation in the neighborhood Cidade São Jorge in Santo André, which had 700 families forming the new camp "Nova Palestina". As the land belonged to the Mayor of the city, she quickly filed for repossession and the community was evicted on the grounds that the project had to build an industrial shed in the same location. The work is supposed to begin a month after the eviction. However, today the site remains empty and abandoned.

Although only 30 families have received the scholarship rental at City Hall a major negotiation with the City was initiated, which resulted in signing a letter of intent for the construction of 400 houses in the Jardim Santa Cristina. Again, this was never actualized as the issue was lost in the bureaucratic web of Federal and CDHU. The 700 families who suffered in the eviction of camp "Nova Palestina" continue today with having no place to live live. After many struggles in the city, several negotiation efforts - all of which were unsuccessful - the occupation emerges as the only option to enforce the agreement already established and expand it to benefit more families in the city that increasingly suffers from speculation .


What we want:


1. To continue the construction of 400 homes already negotiated with the Municipality of Santo André in 2009.


2. Construction of more housing on the new land.

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