Saturday, 3 March 2012

Guarani-Kaiowá ameaçam denunciar o #Brasil para a OEA por violação de direitos dos povos indígenas / The Guarani-Kaiowá threaten to denounce #Brazil to the OEA for violation of the rights of indigenous peoples


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Ivan Richard

Enviado Especial
Tacuru (MS) - Lideranças indígenas da etnia Guarani-Kaiowá de Mato Grosso do Sul decidiram dar um prazo de 90 dias para que a Fundação Nacional do Índio (Funai) divulgue o resultado de seis estudos antropológicos, iniciados em 2008, para definir as áreas que poderão ser homologadas no estado. Caso o prazo não seja cumprido, os índios ameaçam denunciar o Brasil à Organização dos Estados Americanos (OEA) por violação de diretos dos povos indígenas.
A medida é um dos principais pontos que vão constar no documento final da primeira Aty Guasu realizada em 2012. A grande assembleia indígena, que acaba hoje (3) em Tacuru, município a 450 quilômetros de Campo Grande, reuniu aproximadamente 300 lideranças, que representam cerca de 45 mil índios das etnias Guarani Kaiowá e Nhandéwa do Mato Grosso do Sul.
Para o vereador Otoniel Ricardo Guarani, uma das principais lideranças dos guarani-kaiowá, está havendo descaso das autoridades brasileiras em relação aos problemas indígenas. “Vamos colocar o prazo de 90 dias para divulgar o relatório final e, se não resolver, vamos pressionar o governo federal e denunciar internacionalmente na Justiça, na OEA. Estamos pressionando para ouvir e conversar, para saber a proposta das autoridades”, disse Otoniel à Agência Brasil.
“Já estamos cansados, temos muitas lideranças mortas, muitos feridos, a comunidade passa discriminação, isso o mundo sabe. Vários documentos foram enviados ao governo e o problema não foi resolvido. Queremos resolver esse ponto”, acrescentou.
Durante os quatro dias da Aty Guasu as lideranças guarani-kaiowá avaliaram os problemas da etnia e prestaram homenagens ao cacique Nísio Gomes, assassinado por pistoleiros no ano passado.
Otoniel argumentou que tanto os índios quanto os produtores rurais querem a definição das áreas que poderão ser demarcadas para não haver mais conflitos. “A gente não quer mais conflito e os produtores rurais também não querem mais conflito. Então, queremos saber se vai ser resolvido judicialmente ou com política."
Além da demarcação das terras, os índios cobram do governo a adoção de políticas públicas dentro das aldeias. “Também queremos que, junto com as demarcações, tenha alguma continuidade do projeto para a gente ter autonomia e sustentabilidade. Não queremos mais depender do apoio de cesta básica. Queremos ganhar a terra e ter a produção daquilo que a gente necessita. Por isso vamos pressionar o governo”, disse Otoniel.
Edição: Andréa Quintiere
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Ivan Richard
Special Envoy

Tacuru (MS) - Indigenous leaders of ethnic Guarani-Kaiowá of Mato Grosso do Sul decided to take a period of 90 days for the National Indigenous Foundation (Funai) to disclose the results of six anthropological studies, started in 2008 to define the areas, which may be approved in the state. If the deadline is not met, the Indians threaten to denounce Brazil to the Organization of American States (OAS) in direct violation of indigenous peoples.

The measure is one of the main points that will appear in the final document of Aty Guasu first held in 2012. The great Indigenous meeting, which ends today (3) in Tacuru, 450 km to the city of Campo Grande, brought together nearly 300 leaders, representing some 45,000 ethnic Indians and Nhandéwa Kaiowá Guarani of Mato Grosso do Sul

To Alderman Ricardo Othniel Guarani, one of the main leaders of the Guarani-Kaiowa, there has been neglect by the Brazilian authorities in relation to indigenous issues. "Let's use the 90 days to release the final report and, if not resolved, we will press the federal government here and internationally to report to the court at the OAS. We are pushing to communicate – to listen and to talk, to see the proposal of the authorities, "said Othniel the Agency Brazil.

"We are tired, many of our leaders have been killed, many wounded, the community is being discriminated against, the world must know. Several documents were sent to the government and the problem was not resolved. We want to solve this, "he added.

During the four days of the meeting Aty Guasu Guarani-Kaiowa leaders assessed the problems of ethnicity and paid homage to the chief Nísio Gomes, who was assassinated by gunmen last year.

Othniel argued that both the Indigenous peoples and farmers want the definition of areas that may be marked for no more conflicts. "We do not want more conflict and farmers do not want more conflict. So we want to know if it will be resolved in court or with politics. "

In addition to the demarcation of land, the Indigenous peoples charge the government with the adoption of public policies within the villages. "We also want, along with the demarcations, that the project has some continuity for us to have autonomy and sustainability. We do not want to rely on the support of basic foodstuffs. We want to win the land and have to produce what we need. As a result we are pressing the government for a resolution of this problem, "said Othniel.

Editing: Andréa Quintiere


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