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Ivan Richard
Enviado Especial
Tacuru (MS) - Lideranças indígenas da etnia
Guarani-Kaiowá de Mato Grosso do Sul decidiram dar um prazo de 90 dias para que
a Fundação Nacional do Índio (Funai) divulgue o resultado de seis estudos
antropológicos, iniciados em 2008, para definir as áreas que poderão ser
homologadas no estado. Caso o prazo não seja cumprido, os índios ameaçam
denunciar o Brasil à Organização dos Estados Americanos (OEA) por violação de
diretos dos povos indígenas.
A medida é um dos principais pontos que vão
constar no documento final da primeira Aty Guasu realizada em 2012. A grande
assembleia indígena, que acaba hoje (3) em Tacuru, município a 450 quilômetros
de Campo Grande, reuniu aproximadamente 300 lideranças, que representam cerca
de 45 mil índios das etnias Guarani Kaiowá e Nhandéwa do Mato Grosso do Sul.
Para o vereador Otoniel Ricardo Guarani, uma
das principais lideranças dos guarani-kaiowá, está havendo descaso das
autoridades brasileiras em relação aos problemas indígenas. “Vamos colocar o
prazo de 90 dias para divulgar o relatório final e, se não resolver, vamos
pressionar o governo federal e denunciar internacionalmente na Justiça, na OEA.
Estamos pressionando para ouvir e conversar, para saber a proposta das
autoridades”, disse Otoniel à Agência Brasil.
“Já estamos cansados, temos muitas lideranças
mortas, muitos feridos, a comunidade passa discriminação, isso o mundo sabe.
Vários documentos foram enviados ao governo e o problema não foi resolvido.
Queremos resolver esse ponto”, acrescentou.
Durante os quatro dias da Aty Guasu as
lideranças guarani-kaiowá avaliaram os problemas da etnia e prestaram
homenagens ao cacique Nísio Gomes, assassinado por pistoleiros no ano passado.
Otoniel argumentou que tanto os índios quanto
os produtores rurais querem a definição das áreas que poderão ser demarcadas
para não haver mais conflitos. “A gente não quer mais conflito e os produtores
rurais também não querem mais conflito. Então, queremos saber se vai ser
resolvido judicialmente ou com política."
Além da demarcação das terras, os índios
cobram do governo a adoção de políticas públicas dentro das aldeias. “Também
queremos que, junto com as demarcações, tenha alguma continuidade do projeto
para a gente ter autonomia e sustentabilidade. Não queremos mais depender do
apoio de cesta básica. Queremos ganhar a terra e ter a produção daquilo que a
gente necessita. Por isso vamos pressionar o governo”, disse Otoniel.
Edição: Andréa Quintiere
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Ivan Richard
Special Envoy
Tacuru (MS) - Indigenous leaders
of ethnic Guarani-Kaiowá of Mato Grosso do Sul decided to take a period of 90
days for the National Indigenous Foundation (Funai) to disclose the results of
six anthropological studies, started in 2008 to define the areas, which may be
approved in the state. If the deadline is not met, the Indians threaten to denounce
Brazil to the Organization of American States (OAS) in direct violation of
indigenous peoples.
The measure is one of the main
points that will appear in the final document of Aty Guasu first held in 2012.
The great Indigenous meeting, which ends today (3) in Tacuru, 450 km to the
city of Campo Grande, brought together nearly 300 leaders, representing some
45,000 ethnic Indians and Nhandéwa Kaiowá Guarani of Mato Grosso do Sul
To Alderman Ricardo Othniel
Guarani, one of the main leaders of the Guarani-Kaiowa, there has been neglect by
the Brazilian authorities in relation to indigenous issues. "Let's use the
90 days to release the final report and, if not resolved, we will press the
federal government here and internationally to report to the court at the OAS.
We are pushing to communicate – to listen and to talk, to see the proposal of
the authorities, "said Othniel the Agency Brazil.
"We are tired, many of our leaders
have been killed, many wounded, the community is being discriminated against, the
world must know. Several documents were sent to the government and the problem
was not resolved. We want to solve this, "he added.
During the four days of the
meeting Aty Guasu Guarani-Kaiowa leaders assessed the problems of ethnicity and
paid homage to the chief Nísio Gomes, who was assassinated by gunmen last year.
Othniel argued that both the Indigenous
peoples and farmers want the definition of areas that may be marked for no more
conflicts. "We do not want more conflict and farmers do not want more
conflict. So we want to know if it will be resolved in court or with politics.
"
In addition to the demarcation of
land, the Indigenous peoples charge the government with the adoption of public
policies within the villages. "We also want, along with the demarcations, that
the project has some continuity for us to have autonomy and sustainability. We
do not want to rely on the support of basic foodstuffs. We want to win the land
and have to produce what we need. As a result we are pressing the government
for a resolution of this problem, "said Othniel.
Editing: Andréa Quintiere
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