Sunday 18 March 2012

Carta das Mães de Maio #Brasileiras para as Madres e Abuelas de La Plaza de Mayo #Argentinas / Carta de las Madres de Mayo para las madres #Brasileiras y Abuelas de Plaza de Mayo #Argentinas / Letter of the #Brazilian Mothers of the Disappeared to the Mothers and Grandmothers of the Plaza de Mayo in #Argentina

Postado originalmente por o blog do Maria Fro em http://mariafro.com/2012/03/16/carta-das-maes-de-maio-brasileiras-para-as-madres-e-abuelas-de-la-plaza-de-mayo-argentinas/
Originally posted on Maria Fro's blog at http://mariafro.com/2012/03/16/carta-das-maes-de-maio-brasileiras-para-as-madres-e-abuelas-de-la-plaza-de-mayo-argentinas/

(Tradicciones al espanol e Ingles inmediatamente despues de la texto en lengua Portuguesa)
(Spanish and English translations follow immediately after the Portuguese text) 

São Paulo, 15 de Março de 2012
Queridas Madres e Abuelas de La Plaza de Mayo,
É com extrema preocupação e, ao mesmo tempo, em irrestrita solidariedade que, do Brasil, lhes escrevemos esta mensagem. Acabamos de receber a notícia de que uma das fundadoras do movimento, a companheira Nora Centeno (foto), foi violentamente agredida e torturada em sua própria casa, na presença de familiares, na manhã da quinta-feira, 15 de março, por razões ainda desconhecidas.

Nora Centeno
 Considerando intoleráveis esses bárbaros e sinistros acontecimentos, registramos nossa indignação e nos colocamos lado a lado da companheira Nora, sua família, sua luta histórica, e de todo o movimento das Madres e Abuelas. Mais que um patrimônio do povo argentino, consideramos Nora e esses movimentos, um patrimônio da nossa América Latina e de toda a humanidade, na luta pela verdade e justiça sem fronteiras. É, portanto, a partir deste nosso entendimento, que nos juntamos a vocês para exigir das autoridades competentes, o completo esclarecimento sobre mais esta violência, suas motivações e o indiciamento e punição em termos da lei dos responsáveis diretos e indiretos (se os houver) por tamanha barbárie.
Inspiradas também por vocês, nós constituímos em nosso país o movimento das Mães de Maio da Democracia Brasileira. Talvez vocês ainda não nos conheçam: somos um movimento relativamente recente, formado por Mães, Familiares e Amig@s de vítimas do Estado Brasileiro, criado a partir dos Crimes de Maio de 2006.
Nosso país, como a Argentina, também viveu uma longa ditadura civil-militar, de 1964 até 1988 – quando foi proclamada uma nova Constituição por aqui. No entanto, o novo Estado Democrático constituído, por não haver esclarecido os crimes cometidos no regime anterior, e não haver, portanto, julgado e punido seus responsáveis, mantém agentes estatais (sobretudo no poder Executivo e Judiciário, e suas respectivas polícias) que continuam a promover o terror contra os nossos trabalhadores e os mais pobres, principalmente nos bairros populares e das periferias das grandes cidades, em especial contra a nossa juventude pobre e negra. Para vocês terem uma ideia da dimensão dessa violência sistemática vivida por nós, a média anual brasileira de homicídios gira em torno de 47 a 50 mil assassinatos por ano, ao longo de toda a última década, deixando o Brasil no topo do ranking dos países com o maior número de homicídios em todo o planeta, segundo a ONU. Ou seja, nas últimas 3 décadas de “transição democrática”, já contabilizamos cerca de 1 Milhão de assassinatos, conforme assume o próprio Ministério da Justiça em nosso país ao divulgar o seu “Mapa da Violência 2012”. A grande maioria desses assassinatos é realizada por agentes do próprio Estado, ou grupos paramilitares e de extermínio, ligados a ele e/ou aos grandes proprietários, o que configura um estado de sítio continuado e permanente, pelo menos contra os trabalhadores de menor renda e o povo pobre das cidades e do campo, em plena “democracia plena”.
Nosso movimento é fruto e resposta a essa barbárie, e a ele demos o nome de “Mães de Maio”: durante o mês de maio de 2006, no estado de São Paulo (o mais rico do nosso país) ocorreu o maior dos massacres destes mais de 20 anos de “democracia plena” – uma democracia plena de chacinas. Numa série de ataques contra a população das periferias das grandes cidades de São Paulo, agentes policiais e paramilitares ligados a grupos de extermínio mataram mais de 560 pessoas durante apenas 8 dias (de 12 a 20 de Maio de 2006). Um verdadeiro massacre que tirou a vida de muitos dos nossos filhos, e que passamos a chamar de“Crimes de Maio de 2006”.
A triste coincidência entre o mês de Maio que vitimou nossos filhos, e a “Plaza de Mayo” – que dá nome ao movimento de vocês na Argentina, bem como toda a referência histórica que o movimento de vocês significa para todas nós na luta pelo direito à Memória, à Verdade e à Justiça, e na luta por uma Verdadeira Democracia, fez com que escolhêssemos chamar ao nosso movimento de Mães de Maio da Democracia Brasileira. Mas não se trata apenas de um nome, ou de um recurso de propaganda e marketing. Trata-se de um compromisso. O compromisso de buscar e praticar o exercício cotidiano da solidariedade com as lutas históricas da classe trabalhadora, dentre as quais a resistência contra todas as ditaduras civis-militares no Cone Sul – o que consideramos absolutamente fundamental. Nós das Mães de Maio sempre fomos, e continuaremos a ser, solidárias à luta de tod@s @s perseguid@s, pres@s polític@s e assassinad@s pelos Estados latino-americanos, desde os povos originários massacrados, @s african@s sequestrad@s para o nosso continente na condição de trabalhador@s escravizad@s, os camponeses e camponesas expulsas de suas terras e assassinad@s, @s operári@s explorad@s, as vítimas e parentes de pres@s e perseguid@s políticos das ditaduras civis-militares, e a@s milhares de pres@s polític@s atuais de nossos países, em sua maioria de origem afro-indígena e pobre, das periferias e dos movimentos sociais.
Estamos convencidas de que é o sepultamento da Memória, a não-revelação da Verdade e a falta de verdadeiros processos de Justiça contra as violências históricas dos Estados contra seus cidadãos e cidadãs – estas negações de direitos – que estão na origem da continuidade da violência e do terror do Estado, mesmo em tempos de “democracias plenas”. Enquanto não se tiver a coragem de enfrentar todo o poder econômico, político e militar que faz questão de perpetuar, em cada um de nossos países, a violência das elites e seus respectivos aparatos estatais contra a maioria de nossas populações, para nós de nada significará a utilização dessa palavra “democracia”, a não ser como forma de engodo.
A barbárie desencadeada nesta quinta-feira (15/03) contra a companheira Nora Centeno, longe de nos intimidar, nos torna ainda mais alertas e solidári@s, e aumenta a nossa disposição de nos juntarmos a vocês em mais esta jornada.
As notícias que temos são de que – em termos da Justiça de Transição para a Democracia – o avanço das conquistas na Argentina são bem maiores que o que temos conseguido em nosso país. Sem dúvida, são notícias que procedem – enfim, vocês já conseguiram levar às barras dos tribunais, julgar e condenar generais e até chefes de Governo e Estado do período da ditadura. Isto nos dava, portanto, algum alento frente ao que aí se passava. No entanto, a recente violência contra Nora Centeno, nos deixa preocupad@s e em estado de alerta.
A violência cometida contra Nora Centeno é um alarme para que sigamos mais próxim@s e mais solidári@s uns aos outros – trabalhadores e povos latino-americanos – atentos a qualquer tipo de continuidade ou de reação dos fascistas de plantão, que seguem vivos e atuantes em cada um de nossos “estados democratizados”, muitas vezes travestidos na pele de “gestores progressistas”. Não foi em nome de “democracias” que considerassem “normais” este tipo de violência cometida hoje contra Nora aí na Argentina, e praticada cotidianamente contra jovens pobres e negros aqui no Brasil, que lutaram todos os nossos netos ou filhos assassinados, tampouco é por esta “democracia” que nós Mães e Avós seguimos lutando!
 Força a todas vocês, companheiras! Sigamos atent@s e solidári@s!
Abraço carinhoso e especial à companheira Nora Centeno e toda sua família!
Pelo Direito à Memória, à Verdade e à Justiça! Ontem e Hoje! Aqui e aí!
A Luta por Liberdade não tem fronteiras no Tempo e no Espaço!
Mães de Maio da Democracia Brasileira

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En Espanol:

São Paulo, 15 de Marzo de 2012

Queridas Madres y Abuelas de La Plaza de Mayo, 

Es con extremada preocupación pero al mismo tempo enviando nuestra total solidaridad que les escribimos desde Brasil este mensaje. Acabamos de recibir la noticia de que una de las fundadoras del movimiento, la compañera Nora Centeno, fue violentamente agredida y torturada en su propia casa, en la presencia de familiares, en la mañana del jueves 15 de marzo, por razonesa aún desconocidas. 




Considerando intolerables esos bárbaros y lamentables hechos, registramos acá nuestra indignación y nos ponemos al lado de la compañera Nora, su familia, su luta histórica y de todo el movimiento d Las Madres y Abuelas. Más que un patrimonio del pueblo argentino, consideramos Nora y los movimientos como el de ustedes un patrimonio de nuestra América Latina y de toda l humanidad, en la lucha por la verdad y la justicia sin fronteras. Es por lo tanto, a partir de este nuestro entendimiento, que nos juntamos a ustedes para exigir de las autoridades competentes la total aclaración sobre más este episodio de violencia, sus motivaciones, y que eso resulte en las querellas y debidas sentencias, en los términos de la ley, a los que resulten responsables directo e indirectos (si los hay) por esa tamaña barbarie. 



Inspiradas también por ustedes, nosotras constituimos en nuestro país el Movimiento Mães de Maio da Democracia Brasileira. Tal vez ustedes aún no nos conozcan, somos un movimiento relativamente nuevo, creado por madres, familiares y amig@s de las víctimas del Estado Brasileño tras la seguidilla de crímenes realizados justamente en el mes de mayo del año 2006. 



Nuestro país, como la Argentina, también ha vivido una larga dictadura civil-militar, entre 1964 y 1988, hasta que se proclamó la nueva Constitución. Sin embargo, el nuevo Estado Democrático constituido, por no haber aclarado los crímenes cometidos durante el régimen anterior, no habiendo, por lo tanto, enjuiciado y sentenciado a los responsables de aquellos, terminó manteniendo a agentes estatales (sobretodo en las esferas del poder Ejecutivo y Judicial, además de las fuerzas policiales y las Fuerzas Armadas), que todavía siguen a promover el terror contra nuestr@s trabajador@s y a los más pobres, principalmente en los barrios más poblados, en las periferias de las grandes ciudades, y en especial contra nuestra juventud pobre y negra. Para que se pueda tener en claro el grado de violencia vivido por nosotros, durante a última década Brasil ha registrado entre 47 a 50 mil asesinatos de promedio anual, lo que ubica el país en el primer lugar en el ranking de homicidios organizado por la ONU (http://www.unodc.org/unodc/en/data-and-analysis/statistics/crime/global-study-on-homicide-2011.html). Además, si consideramos las últimas tres décadas de la “transición democrática”, ya se ha contabilizado alrededor de un millón de asesinatos, según lo ha reconocido el mismo Ministerio de Justicia de nuestro país, al divulgar su “Mapa de la Violencia 2012” (http://www.sangari.com/mapadaviolencia/pdf2012/mapa2012_web.pdf). La gran mayoría de esos asesinatos es realizada por agentes del propio Estado u grupos paramilitares de exterminio ligados a este o a grandes propietarios, lo que configura un estado de sitio continuado y permanente, al menos lo es para l@s trabajador@s más vulnerables y el pueblo pobre de las ciudades y el campo, aunque se diga que vivimos una “democracia plena”. 



Nuestro movimiento nació como respuesta a esa barbarie, y a él le dimos el nombre de “Mães de Maio”: durante el mes de mayo de 2006, en el estado de São Paulo (el más rico de nuestr país) ocurrió la más terrible masacre de estos más de 20 años de “democracia plena” – una democracia plena de matanzas (http://passapalavra.info/?p=47896). En lo que fue una serie de ataques contra la población de las periferias de las grandes ciudades del estado de São Paulo, agentes policiales y paramilitares ligados a grupos de exterminio mataron más de 560 personas en solamente ocho días (entre el 12 y el 20 de Mayo de 2006). Una masacre que quitó la vida de much@s de nuestr@s hij@s, y que pasamos a llamar “Los Crímenes de Mayo de 2006” (http://desinformemonos.org/2012/01/crimenes-de-mayo-en-sao-paulo/ - EN CASTELLANO). 



La triste coincidencia entre el mes de mayo que victimó a nuestr@s hij@s y la Plaza de Mayo que da el nombre al movimiento de ustedes en Argentina, así como toda la referencia histórica que el movimientos significa para todas nosotras en la lucha por el derecho a la memoria, a la verdad y a la justicia, en la lucha por una verdadera democracia, nos hizo elegir llamar el movimiento "Mães de Maio da Democracia Brasileira". Pero no se trata solamente de un nombre, o de un recurso de propaganda y marketing. Se trata además de un compromiso. El compromiso de buscar y poner en práctica el ejercicio cotidiano de la solidaridad con las luchas históricas de la clase trabajadora, entre las cuales la resistencia contra todas las dictaduras civiles-militares en el Cono Sur – lo que consideramos absolutamente fundamental. Nosotras de las Mães de Maio siempre fuimos, y seguimos siendo, solidarias a la lucha de tod@s l@s perseguid@s, pres@s polític@s y asesinad@s por los Estados latinoamericanos, desde los pueblos originarios masacrados, l@s african@s secuestrad@s y traídos para nuestro continente en condición de esclav@s, l@s campesin@s expuls@s de sus tierras y asesinad@s, l@s obrer@s explotad@s, las víctimas y parientes de pres@s e perseguid@s polític@s de las dictaduras civiles-militares, además de miles de pres@s polític@s actualmente en los países de nuestro continente, en su mayoría pobres y de origen afro indígena, de las periferias y de los movimientos sociales.



Estamos convencidas de que es el entierro de la memoria, el no demonstrar la verdad, la falta de los verdaderos procesos judiciales en contra de la violencia histórica de los Estados en contra sus ciudadan@s – la negación a sus derechos fundamentales – lo que marcan el origen y la continuidad de la violencia y el terror de los mismos, aún en tiempos de “democracias plenas”. Mientras no exista el coraje de enfrentar todo el poder económico, político y militar que insiste en perpetuarse en cada uno de nuestros países, la violencia de las élites y sus respectivos aparatos estatales en contra de la mayoría de nuestras poblaciones, para nosotras de nada significará la utilización de la palabra “democracia”, a no ser como forma de engaño.



La barbarie ocurrida este jueves (15/03) en contra la compañera Nora Centeno, lejos de nos intimidar, nos hace aún más atent@s y solidari@s, y aumenta nuestra disposición en juntarnos a ustedes en más esta jornada.



Las noticias que tenemos dicen que – en términos da Justicia, durante la transición hacía la democracia – el avance de las conquistas en Argentina han sido mucho mayores y más significativos que lo que hemos conseguido en nuestro país. Sin duda, son noticias que impactan – ustedes ya han logrado llevar a los tribunales, han juzgado y condenado incluso generales y jefes de gobierno del periodo de la dictadura. Esto nos ha dado sin duda un importante aliento ante lo que es la lucha por la verdad que sabemos que es muy importante en Argentina. Sin embargo, el reciente episodio de violencia en contra de Nora Centeno nos trae nuevamente la preocupación y nos pone en estado de alerta.



La agresión sufrida por Nora Centeno es una alarma para que sigamos más cercan@s y más solidari@s un@s a l@s otr@s – trabajador@s y pueblos latinoamericanos –, atent@s a cualquier tipo de consecuencia o reacción de los fascistas de turno, que siguen vivos y atuando en cada uno de nuestros “estados democratizados”, muchas veces disfrazados de “gestores progresistas”. No fue en nombre de “democracias” que clasifiquen como "hechos contingentes" ese tipo de violencia cometida hoy contra Nora en Argentina, las que también son practicadas cotidianamente contra jóvenes pobres y negros en Brasil, que lucharon tod@s nuestr@s niet@s y hij@s asesinad@s. ¡Tampoco es por esta “democracia” que nosotras Mães e Avós seguimos luchando!



¡Fuerza a todas ustedes, compañeras! ¡Sigamos atent@s e solidari@s!



¡Un abrazo especial y aún más cariñoso a la compañera Nora Centeno y toda su familia!



¡Por el derecho a la memoria, a la verdad y a la justicia! ¡Ayer y hoy! ¡Aquí e allá!



¡La lucha por la libertad no tiene fronteras en el espacio ni el tiempo!



Mães de Maio da Democracia Brasileira


*Tradução feita gentilmente por nosso companheiro Victor Farinelli, a partir do contato/pedido de nossa compa Conceição Oliveira

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In English:

São Paulo, March 15, 2012

Dear Mothers and Abuelas de la Plaza de Mayo,


It is with extreme concern and at the same time, unrestricted solidarity, of Brazil, that we write this message. We just received news that one of the founders of the movement, the companion Nora Centeno (pictured), was violently beaten and tortured in her own home, in the presence of her family on the morning of Thursday, March 15, for reasons yet unknown.Considering these intolerable barbarian and sinister events, we register our outrage and stand side by side with companion Nora, her family, her historic struggle, and the whole movement of the Mothers and Grandmothers. More than a patrimony of the Argentine people, Nora consider these movements, a patrimony of Latin America and of all humanity in the struggle for truth and justice without internal borders. Therefore, it is our understanding to require the competent authorities to investigate this latest violence, the motivations behind it and prosecute and punish those responsible in accordance with the law of direct and indirect responsibility (if any) of such barbarity.


Inspired also by the Argentinian movement, we have established in our country the movement of the Mothers of May of Brazilian democracy. Maybe you still do not know us: we are a relatively new movement, made up of mothers, family and friend of victims of the Brazilian State, created from the crimes in May 2006.


Our country, like Argentina, also lived a long civil-military dictatorship, from 1964 until 1988 - when a new constitution was proclaimed here. However, the new democratic state form, stated that no clear crimes were committed under the previous regime, and there are not, therefore, tried and punished those responsible, keeps state actors (especially in the executive and judiciary, and their respective police forces) continue to promote terror against our workers and the poorest, especially in poor neighborhoods and suburbs of large cities, especially our youth against poor and black. To give you an idea of ​​the size of this systematic violence experienced by us, the average Brazilian homicide is around 47-50 thousand murders a year, throughout the last decade, leaving Brazil at the top of the ranking of countries with the highest number of homicides in the entire planet, according to the UN. That is, the last three decades of "democratic transition", we have registered nearly 1 million murders, assumes as its own Ministry of Justice in our country to promote his "Map of Violence 2012". Most of these murders are carried out by agents of the State, or paramilitary groups and extermination, linked to, and / or to the owners, which constitutes a state of siege continued and permanent, at least against the lower-income workers and poor people of the cities and countryside, in full "full democracy".


Our movement is the outcome and response to such barbarism, and we gave it the name "Mother May" during the month of May 2006, the state of São Paulo (the richest in our country) was the largest of the massacres of more 20 years of "full democracy" - a democracy full of bloodshed. In a series of attacks against the population of the suburbs of large cities of Sao Paulo, police and paramilitary forces linked to death squads killed more than 560 people in only 8 days (12 to 20 May 2006). A real massacre that claimed the lives of many of our children, and that we called "Crimes of May 2006."


The unfortunate coincidence of the month of May that killed our children, and "Plaza de Mayo" - which gives its name to the movement of you in Argentina, as well as any historical reference to the movement of you mean to all of us in the fight for the right to Memory, Truth and Justice, and the struggle for a True Democracy, made us choose to call our movement Mothers May Brazilian Democracy. But it is not just a name, or a feature of advertising and marketing. This is a compromise.The commitment to seek and practice the daily exercise of solidarity with the historical struggles of the working class, among which the resistance against all civil and military dictatorships in the Southern Cone - which are absolutely essential. Mother May We have always been and will continue to be sympathetic to the struggle of all the persecuted, the assassinated by Latin American states, from the native peoples massacred to the africans brought to our continent as workers, all peasants driven from their lands and assassinated, the exploited, victims and relatives of those persecuted by political and military dictatorships, civilians, and thousands of persecuted by the present politics of our country, mostly home-african indigenous and poor suburbs and social movements.


We are convinced that is the burial of memory, non-revelation of the Truth and the lack of actual processes of Justice against the violence of the historical states against their citizens - these denials of rights - which are the source of ongoing violence and state terror, even in times of "full democracies". While we do not have the courage to face all the economic, political and military wishes to perpetuate, in each of our countries, the violence of the elites and their state apparatus against the majority of our people mean nothing to us if the use of the word "democracy", is nothing but a decoy.


The barbarism unleashed on Thursday (15/03) against the Nora Centeno, far from intimidated us. It made us even more alert and we stood in solidarity. It increased our willingness to join you in this journey even more.

The news we have is that - in terms of Justice in Transition to Democracy - the advancement of the achievements in Argentina are far greater than what we've achieved in our country. Undoubtedly, you are carrying news - finally, you've managed to takeon the court, judge and condemn the generals and even heads of State and Government of the period during the dictatorship. This gave us, therefore, incentive to deal with was happening there. However, the recent violence against Nora Centeno, leaves us in a state of alert.

Violence committed against Nora Centeno is an alarm for us to follow more closely and to be in even more solidarity with each other - the workers and peoples of Latin America - on the lookout for any kind of continuity or reaction of the fascists on duty, who follow the living and working in each of our "democratized states," often dressed in the skin of "progressive management". It was not in the name of "democracy" to consider "normal" this type of violence committed today against Nora in Argentina, and practiced daily against the poor young people and blacks in Brazil. Nor is it a this "democracy" and it is for this reason that we follow the Mothers and Grandmothers in this fight!


Strength to all of you, comrades! Let us pay attention and act in solidarity!


In loving embrace and especially to the companion Nora Centeno and her entire family!


For the Right to Memory, Truth and Justice! Yesterday and Today! Here and there!


The Fight for Freedom has no boundaries in time and space!


The Mothers of May for a Brazilian Democracy

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