Sunday 2 September 2012

Por que Romero Jucá defende a exploração de ouro em áreas #indígenas (#Brasil #Mineração #ConflitoDeInteresses) / Why Romero Juca defends gold exploration in #indigenous areas (#Brazil #Mining #ConflictOfInterest)

Postado originalmente por ÉPOCA em http://revistaepoca.globo.com/Brasil/noticia/2012/08/por-que-romero-juca-defende-exploracao-de-ouro-em-areas-indigenas.html
Originally posted by ÉPOCA at http://revistaepoca.globo.com/Brasil/noticia/2012/08/por-que-romero-juca-defende-exploracao-de-ouro-em-areas-indigenas.html

Trazido a minha atenção por @PersonalEscrito via Twitter
Brought to my attention by @PersonalEscrito via Twitter

PEPITAS O senador Romero Jucá. Sua filha quer explorar minério em Roraima,  na fronteira com  a Venezuela  (Foto: Celso Junior/AE)
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Senator Romero Juca. His daughter wants to explore ore
Roraima, on the border with Venezuela (Photo: Celso
Junior / AE)
Na tarde do dia 17 de maio, uma quinta-feira de trabalho no Congresso, o senador Romero Jucá, do PMDB de Roraima, subiu à tribuna para, como de hábito, defender os mais caros interesses do país. Desta vez, exortaria os parlamentares a legalizar a mineração em terras indígenas, prevista num projeto de lei patrocinado por ele. Jucá se ajeitou na tribuna, empertigando-se diante do microfone, e se pôs a falar: “Quero aqui registrar a importância deste debate. Para o Brasil, é muito importante (a aprovação da lei)”. Passou, então, a explicar os benefícios da proposta: “Haverá pagamento de royalties ao Poder Público e também à população indígena. Ganhará o direito à mineração aquele que pagar mais à comunidade indígena. Haverá uma licitação. Haverá todo o cuidado ambiental, todo o cuidado antropológico da Funai”. Jucá – talvez convencido de que comovera os colegas por ter, pela primeira vez na carreira, empregado no mesmo discurso os termos “licitação”, “cuidado ambiental” e “cuidado antropológico” – encerrou com um apelo para que o projeto seja aprovado logo, ainda neste ano. Por que Jucá tem pressa?
On the afternoon of Thursday, May 17, a work day in Congress, Senator Romero Juca, PMDB Roraima, took the podium to, as usual, defending the more expensive interests of the country. This time, he urged lawmakers to legalize mining on indigenous lands, and provided a bill sponsored by him. Jucá shifted on the rostrum, strutting in front of the microphone and began to speak: "I wish to register the importance of this debate. For Brazil, it is very important (passing the law). "Then began to explain the benefits of the proposal: "There will be  royalties paid to the Government and also to the indigenous population. Earn the right to mining who pay more to the indigenous community. There will be a bidding process. Is there any environmental care, all care is anthropological by Funai. "Jucá - perhaps convinced that colleagues had moved on, for the first time in his career, employed in the same speech the terms "bid", "environmental care" and "anthropological care" - and ended with a call for the project to be approved soon, later this year. Why such hurry Jucá?
Em 2 de abril – portanto, um mês antes do discurso de Jucá –, a empresa Boa Vista Mineração pedira autorização ao governo para explorar ouro em nove terras que contêm áreas indígenas. O pedido fora feito ao Departamento Nacional de Produção Mineral, o DNPM, instância burocrática que cuida do assunto. A quem pertence a Boa Vista Mineração, uma empresa com capital de R$ 2 milhões? A sócia majoritária chama-se Marina Jucá, de 29 anos, filha do senador Romero Jucá. Outros dois sócios dela no negócio também são ligados ao senador. O tino empresarial de Marina Jucá é recente. Não faz muito tempo, era empregada no gabinete do pai e fazia faculdade em Brasília.
On April 2 - so, a month before the speech by Jucá - the company Boa Vista Mineração asked the government for permission to explore gold in nine areas containing indigenous lands. The request was made to the National Department of Mineral Production, DNPM, bureaucratic body that takes care of the matter. Who is Boa Vista Mineração, a company with capital of $ 2 million? The majority owner is called Marina Jucá, 29, daughter of Senator Romero Juca. Her other two partners in the business are also connected to the senator. The business acumen of Marina Jucá is recent. Not long ago, she was employed in the office of his father and was in college in Brasilia.
Jucá afirma que não há conflito de interesses em defender uma lei que beneficia sua filha 

Jucá says there is no conflict of interest in defending a law that benefits his daughter
O clã Jucá quer explorar ouro em reservas dos índios macuxi e uapixana, em terras que somam 90.400 hectares (algo como a extensão da cidade do Rio de Janeiro). O garimpo ficará próximo à fronteira com a Venezuela, em Roraima. Em Brasília, está tudo preparado para a criação do eldorado de Jucá. O relator na Câmara do projeto de Jucá é o deputado Édio Lopes, também do PMDB de Roraima, e amigo do senador. Sérgio Dâmaso, que dirige o DNPM e pode conceder as autorizações à empresa de Jucá, é bancado no cargo pelo PMDB. Se a proposta for aprovada, é provável que a empresa de Jucá consiga as autorizações de imediato, sem licitação, porque as havia pedido antes de a nova lei passar a valer.
The Jucá clan wants to explore gold in the indigenous reserves of the Macuxi and uapixana indians on lands totaling 90,400 hectares (something like the extension of the city of Rio de Janeiro). The mining will be near the border with Venezuela, Roraima. In Brasilia, all is set to create Eldorado Jucá. The rapporteur of the Jucá project in the House is Rep.  Édio Lopes, also of the PMDB Roraima, and friend of the senator. Sergio Damasus, who heads the DNPM and can grant authorizations to Jucá company, is funded by the PMDB in office. If the proposal is approved, it is likely that Jucá's company can immediately make commitments, without bidding, because the request was made before the new law goes into effect.
Procurado por ÉPOCA, Jucá limitou-se a dizer, por e-mail, que não tem nada a ver com a empresa da filha. Disse ainda que a defesa que faz no Congresso Nacional da aprovação do projeto de lei não representa conflito de interesses com a atividade empresarial de Marina Jucá. “É de interesse do país que esse assunto seja
regulamentado.”
As discovered by EPOCH, Jucá merely stated, via email, that he has nothing to do with the company of his daughter. He said in his defense that Congress approving the bill does not represent a conflict of interest with the business activity of Marina Jucá. "It is the interest of the country that this matter is regulated. "

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