Monday, 2 July 2012

Após determinação da Justiça, 10 casas são demolidas (#Tapeba #Indígena #Brasil) / After a court ruling, 10 houses are demolished (#Tapeba #Indigenous #Brazil)

Postado originalmente por a Fundacao Nacional Do Indio-Funai (CE-PI-RN-PB) Coordenacao Regional de Fortaleza em http://funaiceara.blogspot.com.br/2012/06/acao-em-territorio-tapeba.html
Originally posted by the Fundacao Nacional Do Indio-Funai (CE-PI-RN-PB) Coordenacao Regional de Fortaleza at http://funaiceara.blogspot.com.br/2012/06/acao-em-territorio-tapeba.html
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Segundo a FUNAI, a decisão do juiz da 3.ª Vara Cível do Fórum de Caucaia, José Coutinho Tomaz Filho, foi equivocada. As terras onde se localizavam as residências já estavam em 
estudo para ficarem sob posse da União

 
Batalhão de choque posicionado para o confronto
‘‘Eles pegaram todo mundo de surpresa de manhã bem cedo”, lamenta Gilmar Ferreira, ainda abalado com a demolição da casa no início do dia de ontem. Além da dele, cerca de 10 casas da comunidade Tapeba Sobradinho II foram derrubadas por conta de uma ordem judicial para reintegração de posse. Gilmar vivia na casa há um ano e meio, junto da mulher, grávida de oito meses, e da filha. “Pelo menos esperaram a gente tirar as nossas coisas”, ele conta.
Cacique Alberto examina seus pertences ao relento
A ordem judicial foi expedida pelo juiz José Coutinho Tomaz Filho, da 3ª Vara Cível do Fórum de Caucaia, na Região Metropolitana. De acordo com o coordenador Regional da FUNAI-Fundação Nacional do Índio, Paulo Fernando Barbosa da Silva, o juiz não poderia mandar a ordem: “Aquela terra já foi delimitada e identificada pela FUNAI e estava esperando só o relatório para fazer a demarcação. Só a Justiça Federal podia interferir lá”, afirmou. 

Aparato articulou o cumprimento da ordem judicial
Segundo Paulo Fernando, a terra está em estudo para ficar sob posse da União. A previsão é de que a análise fosse publicada em março, mas ainda não foi concluída. “A FUNAI já mandou ofício ao Ministério Público Federal pedindo providências sobre o que aconteceu”, completou. O território da comunidade, onde vivem 25 famílias, tem cerca de quatro mil hectares.

Trator empregado na ação que demoliu casas dos Tapeba
Surpresa


Valdeci da Silva não estava em casa quando a ordem judicial chegou. A mulher, Antonizete Soares, diz que mal conseguiu avisar ao marido. “Eu fiquei tão nervosa que não consegui ligar. Se tivessem nos avisado antes, a gente teria saído, mas só disseram que a terra tinha dono e nos mandaram sair”, contou ela. A família morava no local desde dezembro. O drama, depois da demolição, já era outro: “Agora eu não sei para onde vou, não tenho nem onde dormir”.
Comunidade foi pega de surpresa
“O Ministério Público vai determinar que a FUNAI alugue residências, e nós vamos dar toda assistência às famílias”, prometeu Paulo Fernando. De acordo com ele, já estava sendo montada a estrutura de água e energia para a comunidade. “Isso é uma falta de respeito com quem mais precisa. Lá já existem escolas e plantações, a FUNAI vai ficar com a terra, sem dúvidas”, ressaltou. 
 
Bloqueio na BR 222 em protesto contra
a ação na Aldeia Sobradinho II
Para pressionar a finalização do estudo a respeito da terra e garantir a demarcação, um grupo de cerca de 200 índios interditou a BR 222. Foram usadas pedras, troncos de árvores e um trator para criar uma barreira que impedia a passagem dos carros.

Congestionamento observado na BR 222
PARA ENTENDER O FATO


 A Comunidade Sobradinho II fica às margens da BR 020, em Caucaia. Com cerca de quatro mil hectares, é reivindicada pela FUNAI e já possui escolas e plantações. Segundo a Justiça de Caucaia, porém, a terra pertence a um proprietário particular. Mais de 25 famílias moram no local.

ESPAÇO DO LEITOR

"A área de 4 mil hectares, na realidade, refere-se à toda a área em estudo, reivindicada pela comunidade Tapeba. Residem nessa área de 4 mil hectares aproximadamente 1.500 famílias indígenas. Toda a região é de ocupação tradicional daquela comunidade, mas vem sendo alvo de disputas por 'posseiros'". (Comentário postado por Lúcio Wanderley em 23/06/2012 às 14h18)

TRISTEZA
Alberto Tapeba, cacique da comunidade Sobradinho II
“A única chance que nós temos é de lutar”, afirma Alberto, emocionado. A casa em que vivia com a família foi derrubada, e só foi possível salvar alguns objetos. “Até móveis e a geladeira eu perdi”. Segundo ele, já é a terceira vez que a casa é demolida. “Agora, temos que reunir o povo e esperar para voltar ao normal, porque a terra é nossa”.



Surpresa e indignação em Caucaia
(legendas originais)

1) Os moradores da comunidade Tapeba Sobradinho II foram pegos de surpresa na manhã de ontem, quando era cumprida decisão judicial para a destruição de suas residências. O clima era de desolação

2) Sem casa, população reunia seus poucos pertences sem saber para onde se dirigir. FUNAI prometeu que todos serão abrigados 

3) Casas de taipa foram rapidamente destruídas 

4) Revoltada, população indígena interditou, por algumas horas, trecho da BR 222

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According to FUNAI, the judge's decision of 3. Civil Court Forum Caucaia, José Tomaz Coutinho Filho, was a mistake. The land where the homes were already located in a study to come under the control/ownership of the Union.


Riot police positioned for confrontation

''They took everyone by surprise early in the morning, "laments Gilmar Ferreira, still shaken by the demolition of their house early yesterday. Apart from him, about 10 homes in the Tapeba community called Sobradinho II were destroyed because of a court order for repossession. Gilmar lived in his house for a year and a half, with his eight months pregnant wife, and daughter. "At least they waited for us to take our things," he says.
Chief Albert examines his belongings in the open
The court order was issued by Judge José Tomaz Coutinho Filho, of the 3rd Civil Court of the Forum Caucaia Metropolitan Region. According to the Regional Coordinator of the FUNAI, the National Indian Foundation, Paulo Fernando Barbosa da Silva, the judge could not send the order: "That land has been demarcated and identified by FUNAI and the report was just in process in order to make the marquee. Only the Federal Court could interfere there, "he said.

Police aparatus present in compliance with court order
According to Paulo Fernando, the land is under consideration to be allocated to the Union. The report/analysis regarding this was published in March, but has not yet been completed. "Funai has sent a letter to federal prosecutors asking for action on what happened," he added. The territory of the community, where 25 families live, consists of about four thousand acres.

Tractor used in the action that demolished homes of Tapeba
Surprize


Valdeci da Silva was not home when the warrant was implemented. The woman, Antonizete Soares, says she could hardly tell the husband. "I was so nervous I could not connect. If they had told us before, we would have left, but only the land owner was informed and had suppposedly sent us out, "she said. The family lived there since December. The drama, after the demolition, was another: "Now I do not know where to go, I have no where to sleep."
 
Community was taken by surprise

"The prosecutor will ensure that the FUNAI rents homes for the Tapeba residents, and we will give every possible assistance to families," Paulo Fernando promised. According to him, provisions were already being assembled in the form of water and energy to the community. "This was a lack of respect for those who lived here. There are already schools and plantations, Funai will stay with the land, no doubt, "he said. 


                                          Barricade in BR 222 in protest against action in the Village II Sobrandinho

To press for the completion of the study about the land and ensure the demarcation, a group of about 200 Indians blocked the BR 222. They used stones, tree trunks and a bulldozer to create a barrier that prevented the passage of cars.

Congestionamento observado na BR 222
TO UNDERSTAND THE FACTS


The Community Sobradinho II is located on the BR 020, Caucaia. Consisting of about four thousand acres, It has been claimed by FUNAI and already has schools and plantations. According to the Judiciary in Caucaia, however, the land belongs to a private owner. More than 25 families live on site.

READERS' CORNER

"The area of ​​4000 hectares, in fact, refers to the entire study area, claimed by the Tapeba community. Within this area of ​​4000 hectares approximately 1,500 indigenous families reside. The entire region is the traditional territory of that community, but has been the subject of dispute for 'squatters'. "(Comment posted by Lucio on 23/06/2012 at 14h18 Wanderley)

SADNESS
Alberto Tapeba, Chief of the community Sobradinho II
"The only chance we have is to fight," says Alberto. The house where he lived with his family was destroyed, and was only able to save some objects. "I lost the refrigirator." According to him, this is already the third time that the house has been demolished. "Now we have to bring people together and expect to return to normal, because the land is ours."


Surprise and indignation in Caucaia
(Account of what happened)

1) The residents of the community Tapeba Sobradinho II were taken by surprise yesterday morning when they were served a court order for the destruction of their homes. The weather was terrible

2) Without houses to return to, people gathered their few belongings without knowing where to turn. FUNAI has promised that all will be housed

3) Mud houses were rapidly destroyed

4) Outraged, indigenous people blocked the BR 222 for a few hours



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