Tuesday 8 May 2012

#Brasil: Barbárie no Maranhão! Índia assassinada por pistoleiros! / #Brazil: Barbarism in Maranhão! Indians murdered by gunmen!




Trazido a minha atencao por @PersonalEscrito
Brought to my attention by @PersonalEscrito

(The English translation follows immediately below the Portuguese text)



Por/by Alice Pires* 

Uma liderança indígena do Maranhão, a cacique Maria Amélia Guajajara, 52 anos, foi executada na tarde de ontem (28), por pistoleiros. Segundo a informação que nos chegou agora a pouco, dois homens, em uma moto, chegaram à aldeia e na frente de todos (inclusive da família da vítima) dispararam dois tiros na cabeça de Maria Amélia.

Esta índia Guajajara era cacique da aldeia Coquilho II, na Terra Indígena Canabrava, localizada no município de Grajaú, a 600 quilômetros de São Luis. Ela denunciava os constantes assaltos na região, o tráfico de drogas e a exploração ilegal de madeiras dentro da terra indígena. Por tudo isso, entre os suspeitos estão os madeireiros da região, protegidos pelo grupo Sarney.  

O assassinato brutal e covarde desta índia confirma as palavras do nosso companheiro de Vias de Fato, o jornalista Emilio Azevedo, em recente entrevista a “Rádio Brasil Atual” e reproduzida (com injustificável hesitação) no site da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ). O que ocorreu com Maria Amélia é mais um fato triste, lamentável, trágico, que expõe, mais uma vez, a barbárie vivida no Maranhão, fruto de uma política, sem civilidade, marcada pela máfia, onde o crime organizado está infiltrado nos três poderes (o Executivo, o Legislativo e o Judiciário). 

Só neste mês de abril de 2012 foram executados, por pistoleiros, um lavrador, um jornalista e ontem (28/04), uma liderança indígena. E, a não ser na atividade de jornalista, os outras não são exceções! No Maranhão é comum o assassinato de lavradores, sem terra, índios, quilombolas... O caos já está instalado há muito tempo, na imensa periferia maranhense. O problema é que a indiferença da elite/poder público/máfia, não dá visibilidade à situação. Cria uma falsa tranqüilidade. Os seis tiros dados no jornalista Décio Sá estão expondo as vísceras do Maranhão!  E alguns - como tem registrado atualmente o professor Wagner Cabral nas redes sociais - usam e abusam da hipocrisia diante do cadáver do jornalista. 

No Maranhão, não tem governo! Não tem justiça! A impunidade é a regra! O poder está se resumindo a uma briga entre quadrilhas! Maria Amélia, a índia, é mais uma vítima dessa situação. A diferença é que não vai ter recompensa de cem mil para encontrar os culpados, nem Sarney vai fazer artigo de próprio punho, falando de “valores morais”, “liberdade” e “democracia”, num misto de cinismo e covardia. 

Como bem disse a revista Carta Capital  desta semana (nº 695), hoje, nem os amigos de José Sarney (o chefe maior do banditismo) estão mais seguros. Então, quem está? É a Barbárie! É a falta de civilidade de um esquema que nasceu inspirado na truculência e nas fraudes do vitorinismo e consolidado nas trevas de uma ditadura sangrenta. Uma leitura da entrevista com o histórico Freitas Diniz, publicada este mês, no jornal Vias de Fato, ajuda muito a compreender a nossa conjuntura e o perfil dos nossos opressores. 

No caso dos índios, os dados são alarmantes. No Maranhão, em 2011, um caminhoneiro passou com o caminhão em cima de um Guajajara, uma índia Kanela foi estuprada e morta a pauladas com requintes de crueldade (pedaços de madeiras e folhas secas foram introduzidas nos seus órgãos genitais), em março desse ano, uma índia Guajajara, adolescente de 13 anos, grávida de um não-índio, foi encontrada na casa dele cheia de hematomas, estrangulada e amarrada em uma cadeira e, o cúmulo, uma criança Awá-Gwajá foi supostamente queimada viva por madeireiros. A mais recente vítima foi a cacique guerreira Guajajara Maria Amélia. É uma barbárie! E para mudar, temos que admitir e enfrentar esta realidade! 

* Alice Pires é da coordenação do Jornal Vias de Fato 

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By Alice Pires *



An indigenous leader of Maranhão, the chief Guajajara Maria Amelia, 52, was executed yesterday afternoon (28), by gunmen. According to the information that came in just now, two men on a motorcycle, came to the village and in front of everyone (including the victim's family) fired two shots into the head of Mary Amelia.



This Indian chief of the village was Guajajara Coquilho II in Indigenous Canabrava, located in the municipality of Grajau, 600 km from Sao Luis. She denounced the constant assaults in the region, drug trafficking and illegal logging in indigenous land. It is common knowledge that the suspects are loggers in the region, protected by the Sarney group.



The brutal and cowardly assassination of Indians confirms the words of our fellow-Way Fact, journalist Emilio Azevedo, in a recent interview with "Radio Brazil Current" and played (with unjustifiable hesitation) on the site of the National Federation of Journalists (FENAJ). What happened to Maria Amelia is more a sad, unfortunate, tragic, exposing once again, barbarism lived in Maranhão, the result of a policy without civility, marked by the mafia, where organized crime has infiltrated the three branches is (the Executive, Legislative and Judiciary).



Within the month of April 2012 a farmer, a journalist and yesterday (28/04), an indigenous leader were executed. And, unless the activity of the journalist, the other are no exception! In Maranhão the murder of farmers, landless Indians, maroons is common ... The chaos began long ago, in the vast periphery of Maranhão. The problem is that the indifference of the elite / government / mafia, do not give visibility to the situation. A false sense of calm is created. The information on six shots which killed journalist Decio Sa is exposing the viscera of Maranhao! And some - as is currently registered Professor Wagner Cabral on social networks - use and abuse of hypocrisy before the corpse of the journalist.



The region of Maranhão, has no government! There is no justice! Impunity is the rule! The power is coming down to a fight between gangs! Maria Amelia, an Indian, is another victim of this situation. The difference is that you will not have a reward of one hundred thousand to find the culprits, nor Sarney will write an article in his own hand, talking about "moral values", "freedom" and "democracy", a mixture of cynicism and cowardice.



How well the magazine Carta Capital said this week (No. 695) today, the friends of José Sarney (the head of the largest banditry) are safer. It is Barbarism! It is the lack of civility that was born of a scheme inspired by the brutality and fraud in the vitorinismo and consolidated in the darkness of a bloody dictatorship. A reading of history interview with Freitas Diniz, published this month in the journal Roads Fact, it helps to understand our situation and profile of our oppressors.



For Indians, the figures are alarming. In Maranhão, in 2011, a truck went over a Guajajara, an Indian Kanela was raped and cruelly beaten to death (pieces of wood and dried leaves were inserted into her genitals); in March this year, an Indian Guajajara, 13 year old, pregnant with a non-Indian, was found in his home bruised, strangled and tied to a chair and furthermore, a child-Awa Gwajá was allegedly burnt alive by loggers. The latest victim was the chief warrior Guajajara Maria Amelia. It is barbaric! And for change to occur, and we have to admit this reality!



* Alice Pires is coordinating the Way Journal of Fact

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