Thursday, 14 June 2012

#Brasil - Parceria Shell-Cosan desiste de comprar cana de açúcar de terras #indígenas / #Brazil - Shell-Cosan partnership stopped buying sugarcane from #indigenous lands






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Cana de açúcar | Foto: AP
Parceria Shell-Cosan desistiu de comprar cana de açúcar de terras indígenas.

A Raízen, gigante brasileira do setor sucroalcooleiro formada pela união das empresas Cosan e Shell, confirmou nesta quarta-feira que firmou um acordo com a Fundação Nacional do Índio (FUNAI) pelo qual se compromete a não mais comprar cana de açúcar cultivada em áreas pertencentes a comunidades indígenas.

The Raizen, giant Brazilian sugar cane industry companies formed by the union of Cosan and Shell, confirmed on Wednesday that it has signed an agreement with the National Indian Foundation (FUNAI) in which he promised not to buy more sugar cane grown in areas belonging indigenous communities.

A decisão ocorre em meio à polêmica envolvendo a reserva indígena Guyraroká, pertencente à tribo guarani, no município de Caarapó, no Mato Grosso do Sul.

The decision comes amid a controversy involving Indian reservation Guyraroká, belonging to the Guarani tribe in the town of Caarapó in Mato Grosso do Sul.
   
Em maio de 2010, o Ministério Público Federal (MPF) do Mato Grosso do Sul acusou a Cosan de adquirir cana de açúcar cultivada ilegalmente na reserva indígena Guyraroká, que havia sido delimitada um ano antes pelo Ministério da Justiça por meio de uma proposta reivindicada pela Funai.

In May 2010, the Federal Public Ministry (MPF) of Mato Grosso do Sul accused Cosan of buying sugarcane grown illegally in the Guyraroká Indian reservation, which was created a year earlier by the Ministry of Justice by means of a proposal claimed by Funai.

Na ocasião, a Cosan negou que era proprietária de lavouras localizadas na comunidade, mas admitiu que comprava a matéria-prima desde 2008 de um fornecedor da região de Dourados, a Nova América S.A. Agrícola.

At the time, denied that Cosan owned farms located in the community, but admitted that he bought the raw material since 2008 from a supplier in the region of Dourados, the Nova America S.A. Agricola.

A Nova América, por sua vez, arrendava as terras de fazendeiros locais, onde cultivava a cana de açúcar, segundo a Raízen.

Nova America, in turn, leased the land from local farmers, where they grew sugar cane, according to Raizen.

Por mais de uma década, as propriedades, que pertenciam legalmente à União, foram objeto de ferrenha disputa entre empresários e índios.

For over a decade, the properties, which legally belonged to the Union, were the subject of fierce dispute between employers and Indians.

Os fazendeiros alegavam que haviam arrendado as terras dos índios. O MPF, entretanto, caracterizou tal prática como ilegal, e acrescentou que os índios recebiam um valor irrisório pelo arrendamento. Para o órgão, a participação deles, segundo verificado no inquérito policial, era de somente autorizar o cultivo, ainda que criminoso.

The farmers claimed that they had leased the land from the Indians. The MPF, however, characterized the practice as illegal, adding that Indians receive a paltry amount for the lease. The agency's participation was verified in a second police investigation. They had permitted the cultivation, even though it was not legal/was criminal.

Na denúncia, o MPF também pedia que fossem vetadas as linhas de financiamento público à Cosan e a outras empresas que comprassem ou cultivassem matérias-primas de áreas indígenas demarcadas.

The complaint also indicated that the MPF lhad vetoed public funding to Cosan and other companies that buy raw materials or cultivated in otherwise demarcated areas.

O plantio em áreas indígenas é crime federal previsto em lei. As penas podem chegar a cinco anos de prisão, além de multas.

The planting in indigenous areas is a federal crime punishable by law. Penalties can reach up to five years in prison, plus fines.

Repercussão/Repercussion
A ONG Survival International, que fez campanha pelo acordo entre a Raízen e os índios guarani, chamou a decisão de "histórica".

The NGO Survival International, which campaigned for an agreement between Raizen and Guarani Indians, called the decision "historic."

Em nota, o diretor da entidade, Stephen Corry, afirmou que "a decisão da Raízen é uma excelente notícia para os guarani, que estão sendo abandonados aos perigos de morte nas beiras de estrada e esmagados de suas próprias pela produção de cana de açúcar".

In a statement, the director of the entity, Stephen Corry, said, "Raizen's decision is excellent news for the Guarani, who are being abandoned to the hazards of death in roadsides and crushed by their own production of sugarcane".

Corry disse acreditar que outras empresas deveriam seguir o mesmo exemplo "e parar de financiar o roubo das terras guarani".

Corry said he believed that other companies should follow the same example "and stop funding the theft of the Guarani land".

Os índios guarani são a etnia mais numerosa do país. Foram uma das primeiras comunidades a ter contato com os europeus na América do Sul, há cerca de 500 anos.

The Guarani Indians are the most numerous ethnic group in the country. They were one of the first communities to have contact with Europeans in South America, some 500 years ago.

No Brasil, segundo a Survival International, vivem atualmente cerca de 46 mil índios guarani, em sete estados diferentes.

In Brazil, according to Survival International, currently about 46 thousand Guarani Indians live in seven different states.

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